«Angola vence a pobreza», escrevia – em manchete – o Jornal de Angola no dia 18 de Junho de 2013. Era ministro da Agricultura Pedro Canga. O MPLA estava, como está desde 1975, no Governo. E é assim que se faz a história de um local mal frequentado ao qual, erradamente, se chama país. Transcrevemos, “ipsis verbis” o texto em questão:
«Angola foi homenageada no domingo em Roma pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) pelo cumprimento do primeiro Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) ao reduzir para metade a percentagem da população afectada pela fome e malnutrição.
O ministro da Agricultura revelou, em Roma (Itália), que o segredo para o sucesso no cumprimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) está na aposta que o Executivo fez na implementação de programas nos domínios social, económico e produtivo, especificamente nos sectores da agricultura, pescas, indústria, emprego, construção de infra-estruturas e transportes.
Pedro Canga discursou na cerimónia que contou com a presença de cerca de uma dezena de Chefes de Estado e de Governo na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em representação do Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, depois de receber um diploma de reconhecimento da organização pelo cumprimento do primeiro ODM, ao reduzir para metade a percentagem da população afectada pela fome e mal nutrição.
“Para alcançar estes resultados, o Governo angolano implementou e continua a implementar um conjunto de programas que passam ainda pelos sectores do comércio, desminagem, saúde, assistência social, educação e ensino, formação profissional, assim como uma boa governação”, disse Pedro Canga. O ministro da Agricultura recebeu o diploma do director-geral da FAO, José Graziano da Silva, que expressou a sua satisfação pelo trabalho de Angola no combate à fome.
Para Afonso Canga, o reconhecimento da FAO encoraja o Governo angolano a prosseguir com mais dinamismo e determinação os esforços de reconstrução nacional, visando satisfazer as necessidades e as aspirações justas dos angolanos, em particular, o direito à alimentação.
“O Executivo angolano, liderado pelo engenheiro José Eduardo dos Santos, vem aumentando, anualmente, os orçamentos destinados à segurança alimentar e nutrição, à saúde, à educação, à assistência social e ao combate à pobreza”, disse. Pedro Canga destacou que, ao reduzir para metade a percentagem da população afectada pela fome e mal nutrição, o Governo angolano está a dar passos significativos no que se refere ao cumprimento do compromisso de combater a fome e a mal nutrição no país.
O ministro da Agricultura lembrou que, logo após o fim do conflito armado em 2002, o Governo implementou com êxito um vasto e complexo programa de reassentamento da população deslocada e de refugiados por causa da guerra. Pedro Canga lembrou ainda que o Executivo implementou ainda um programa de reinserção social, económica e produtiva de milhares de ex-militares. “Neste âmbito, regressaram para as zonas de origem ou de preferência mais de quatro milhões de pessoas, onde começaram a produzir alimentos e deixaram de depender da ajuda alimentar”, disse.
O ministro afirmou que a agricultura familiar foi redinamizada e apoiada técnica e financeiramente, produzindo alimentos para o consumo e para a comercialização para garantir maiores rendimentos familiar.
O ministro indicou que o país tem registado aumento na produção alimentar e nos níveis de emprego. Em consequência disso, os índices de pobreza estão a reduzir e a esperança de vida dos angolanos está a aumentar, segundo o ministro.
O ministro da Agricultura reconheceu que há ainda longo um caminho a percorrer para a erradicação da fome e da pobreza. Por esta razão, sublinhou Pedro Canga, todos os meios e esforços devem ser mobilizados para a erradicação deste flagelo, que insistentemente persegue a humanidade há séculos.
Pedro Canga reafirmou o compromisso de Angola e do seu Executivo de se manter na linha da frente nas acções de combate à fome e pobreza, ao lado de outros países e organizações, para alcançar níveis de segurança alimentar aceitáveis. Afonso Canga reconheceu a contribuição dos camponeses, agricultores, pescadores, do sector privado, das igrejas, das organizações não-governamentais, de académicos e da juventude nos resultados que o país tem vindo a alcançar.
O ministro foi muito aplaudido quando rendeu uma especial homenagem às mulheres, que considerou “as principais produtoras de alimentos para a família no meu país e no Mundo. Sem a sua participação e entrega os resultados seriam diferentes”.
O representante de Angola junto da FAO, embaixador Florêncio de Almeida, disse que o reconhecimento vem premiar os esforços do Governo angolano e do Presidente José Eduardo dos Santos.
Para o diplomata, este reconhecimento contraria certos sectores do Ocidente que têm posto em causa o engajamento do Executivo nesta ingente tarefa.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, felicitou, em declarações à imprensa, o Chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, pelos esforços do Executivo no combate à fome e à pobreza.
Foram homenageados também o Brasil e São Tomé e Príncipe, países da CPLP.
Os três países lusófonos integram o grupo de 20 países que cumpriu o objectivo número um. Os progressos foram avaliados entre 2010 e 2012, comparativamente a 1990 e 1992.
A delegação angolana ao encontro foi integrada pela secretária de Estado da Cooperação do Ministério das Relações Exteriores, Ângela Bragança, pela ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto, e pelo representante de Angola junto daquela organização da Nações Unidas, em Roma, embaixador Florêncio de Almeida.»